João Paulo Alves fez uma transmissão ao vivo no seu Facebook
Com fim das escolas de sambas, foliões criaram os blocos de rua.
Tradição de desfiles das escolas na cidade começou em 1980.
A década de 1980 traz aos moradores de Timóteo, localizada no Leste de Minas Gerais, boas lembranças, do tempo em que o carnaval no município era vivo e que cerca de seis escolas de samba desfilavam pelas avenidas. Mas, com o tempo, o carnaval na cidade perdeu força.
O carnaval de Timóteo fez parte da história de muitas pessoas. Umas delas é a dona de casa Léscia Emídio, de 77 anos. Nascida em uma família bastante carnavalesca, Léscia chegou em Timóteo e criou a escola de samba 'Vai Quem Quer'.
No auge do carnaval na cidade, a casa dela funcionava como uma oficina da festa, onde eram feitas fantasias e o figurino dos integrantes da escola. Ela foi presidente do grêmio recreativo e escola de samba até em 2011 e hoje guarda todo aquele tempo na lembrança.
A escola não é mais atuante, mas para não deixar o espírito carnavalesco morrer na cidade, ela está produzindo algumas fantasias para blocos que sairão na cidade. “Fazer essas fantasias para os bloquinhos é uma forma de manter viva a tradição dos desfiles maravilhosos que já tivemos por aqui. Carnaval é uma forma de contar histórias pelas avenidas. É uma pena que a festa deu essa enfraquecida, mas vamos tentar manter viva essa festa”, contou.
Novo carnaval
Com a ajuda de Léscia e de muitos outros moradores, o carnaval em Timóteo não morreu, apenas mudou de cara. Para não deixar apagar as boas lembranças das festas de outros anos, os foliões se uniram e criaram blocos de ruas para as festividades.
Um deles é o 'Vermelho e Branco', criado no ano passado, a partir da união do Clube de Futebol Vila Nova e da escola de samba Unidos do Quintandinha, que não existe mais. Com o carro alegórico de fundo e a turma da bateria na frente, eles agitam as ruas do Bairro Quitandinha até a noite desta terça-feira (28).
“Tivemos a ideia de reinventar o carnaval em Timóteo para não deixar morrer todo aquele legado que construirmos com tantos anos. Tem dado certo e acredito que com passar dos anos, os blocos vão ganhar mais adeptos e vai ficar ainda melhor”, comenta Zezinho Sorriso, um dos organizadores do bloco.
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